sexta-feira, dezembro 22, 2006

Atenção:

"É simples. Mulher também faz sexo por sexo, não queremos casar e morar numa casa com cerquinha branca o tempo todo. Sejam sinceras. Agora não venha subestimar nossa inteligência com romance barato até levar-nos para a cama. Não nos leve para a cama com promessas e não ligue no dia seguinte. Isso é herança da época em que ficávamos em casa ganhando peso e imaginando nossos maridos com amantes peitudas e não do tempo atual em que somos as amantes peitudas."
(a carapuça serviu? leia Azar o seu, de tati bernardi, na íntegra.)

quarta-feira, dezembro 20, 2006

pérolas aos porcos

enquanto as cidades se inceideiam dentro das minhas órbitas
e as noites escurecem dentro do meu ser múltiplo
tu vais permanecer irremediavelmente
homem
irremediavelmente gêmeo
irremediavelmente comum

(cheia de idéias com os melhores poemas de jorge de lima)

segunda-feira, dezembro 18, 2006

TORPEDO

- Foda-se!

Caco
15:33 17/12/06
Mensagem enviada com sucesso

sexta-feira, dezembro 15, 2006

dois barcos

é, pode ser que a maré não vire
pode ser do vento vir contra o cais
e se já não sinto teus sinais
pode ser da vida acostumar

(marcelo camelo)

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Confissão

Confesso que andei especulando sobre seus devaneios.
Involuntariamente expus-me em gargalhadas, para que você não percebesse que sou uma máquina de calcular esmagamentos. Talvez por isso eu inspire coragem, quando na verdade todas as minhas certezas nascem mal-criadas.
O silêncio tem o poder de me torturar.
É difícil, impossível não mentir pra mim mesma, tentando me convencer de que a minha existência não depende de extremos.
Sou tudo que vejo e me encanto, que canto, que corro de medo, tudo que morro de vontade de dizer e não faço.
Fazem meu tipo os calafrios, as alegrias e os personagens.
A verdade é que vivo apanhando dos fantasmas que criei. Mas um dia ainda toco no amor.

(Inspirada pelas Provocações de Thiago Cunha)

domingo, dezembro 10, 2006

Se eu pudesse mais flores

Não demorou para que eu nos reconhecesse no centro da arena. Entretanto, meu arrepio era vago, misto de orgulho de mãe, tietagem de amiga, euforia de espectadora alegre e melancólica. Como das outras vezes em que te aplaudi, vibrei de entusiasmo com os movimentos exatos e a poesia calada, admirando há todos esses anos tua intimidade com o corpo e palavras.
Das flores, maravilhei-me com a criação intensa, feminina, universal. Pude ler-me.
E a revelação veio hoje pela manhã, ao despertar frágil, desesperada por compreender a necessidade de apoiar-me e a negação. Medo de me oferecer inteira e ao mesmo tempo de estar só, deslizando angustiada num palco vazio.
(Se não fosse esse imenso e difícil desabrochar, não fosse esse abismo que criei, eu já o teria convidado a dançar meu bolero).
Está nas flores o amor. Dançado. Cheio de pés fora do chão, mãos que se precisam e se repelem, exaltações bruscas, delicadeza, corpos ofegantes, aflições, movimento. Um vendaval que se soltou, canto da mais doce voz: blá, blá, blá.
Obrigada, querida.

alento

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.

E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.


Motivo da rosa - Cecília Meireles

pedacinho

Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo

Elisa Lucinda - da chegada do amor

quarta-feira, dezembro 06, 2006

farinha do desejo

E contrariando meu ar solto-moderninho-impassível, trepidar de saudade.
Senso ou excesso?