Não importava que aí dentro fosse quase nada. Bastava sentir-me recém saída da sua boca e pronto, a levíssima embriaguez de andarmos juntos, em qualquer lugar que eu estivesse. Um pouco quase sua, e de fato um tanto era, transbordando sozinha, sem querer nome ou sogra, apenas mais vertigem. Nunca esperei entender, ou ser o que já éramos, sequer ouvir. Ao mesmo tempo, admirava-me a intimidade que não tínhamos pra trocar pedaços de alma, apesar de tantas outras intimidades. Quis, com a coragem de um sonâmbulo que simplesmente vai. Até crescer. E então desejei mais que exigir somente beleza e cor: era preciso pingar limão nas minhas profundezas...
Aí tudo se transformou em não. E em lugar do atropelo dos apaixonados, estava seu todo mistério, violentando meu desesperado desejo. Assustada por ser tão pouco o que parecia mundo, pedi que fosse o fim, mas você insistiu em reparar nas minhas unhas vermelhas. Continuei gargalhando alto, ainda que agora me faltasse entusiasmo.
E, passo a passo, você foi passado ao acaso, à impassibilidade que nunca tive, à gaveta das histórias pela metade.
De repente, não mais que de repente.