sábado, julho 08, 2006

Labirintite

No caminho de volta, o mundo parecia fechado para balanço. Ninguém na rua. Teve a impressão que à primeira esquerda que virasse, um cadeado enorme fecharia o caminho.
Crescia cada vez mais o medo de andar por um labirinto conhecido. Fez bem-me-quer com alguns fios de cabelo. E depois desistiu. Concentrou-se em cuidar de si. Se por acaso acontecesse de se perder pelo mundo novamente, estaria bem o suficiente para morar em si mesma.
Chegou em casa, como sempre. Nenhuma mudança no percurso. Tudo parecia estar no mesmo lugar: Seus caminhos, sua alma e os seus olhos. Estranhamente, continuava a temer que as mudanças não fossem visíveis, e que ela mais uma vez lutaria contra um gigante que se instala sorrateiramente na carne dos apaixonados.
Na verdade temia, que os trajetos já percorridos não tivessem mais volta. Agregava sempre uma chave nova ao molho, por precaução. Por desatenção ao que não se vê. Mas qual; Qual das chaves abriria a última e mais esperada porta?
-Eu preciso! Eu preciso de um labirinto desconhecido!

1 Comments:

Blogger Marcela said...

eu preciso de um labirinto desconhecido.

2/8/06 20:37

 

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