... uma espécie de bem-aventurança...
"Eu fui obrigada a conhecer o avesso do mundo. Pra sobreviver à dor de não entender o que tinha acontecido, À dor de te perder, tudo. Eu tive que nascer pra vida da cidade. Não a vida social, mas a vida da cidade e de seus cantos esquecidos. O lixo do lixo. Eu me perdia pela cidade, anônima, e esse anonimato era um vício. Eu não ter meu nome me absolvia de tudo. Eu me embebedava do desejo cego por qualquer um... E assim, eu me iniciei na solidão coletiva dos que não têm nada a perder. Mas, talvez, eu tenha até mais que os outros a tentação de corresponder ao bem. Uma tentação tão grande e absoluta, um desejo de corresponder de forma tão total, que paradoxalmente me tornou e me torna escrava cega de minha escuridão. E quando essa escuridão me possui, eu até a confundo com uma espécie de bem-aventurança." (Texto de Fauzi Arap, extraído do Programa de Espetáculo do show Pássaro da Manhã - 1977, de Maria Bethânia)
* * *
Quando você disse aquelas verdades, e me pediu um pouco mais de alma, e estremeceu diante de tanta frieza, eu não soube explicar. Por que quero deixar nosso mundo de lado se ele ainda arde? Medíocre que sou, prefiro a solidão coletiva dos que não têm nada a perder.
1 Comments:
Má,
Infelizmente, hj em dia a gente só lembra dos aniversários que o orkut lembra! :/
Vc é querida e especial, não se engane...
Vc vai fazer festinha? vc me chama? Não pela festinha, mas pq quero te ver/abraçar/conversar
bjão
2/6/06 09:30
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